União Europeia se recusa a reduzir emissões sem compromisso internacional


A União Europeia (UE) não quer garantir um corte de emissões de dióxido de carbono (CO2) de 30% dos 27 países-membros do bloco europeu antes que outros atores internacionais se comprometam a realizar um esforço equivalente, informaram hoje fontes comunitárias. Apesar da insistência de países como Reino Unido, Bélgica, Holanda, Suécia e Dinamarca de que este objetivo de redução para 2020 não perca a ambição, ganha força na UE a ideia de que garantir esse nível de esforço antes de um compromisso internacional prejudicará o bloco diante da cúpula da ONU sobre mudança climática em Copenhague.

Eslováquia, Romênia e Polônia conseguiram que os ministros do Meio Ambiente europeus, que se reúnem em Luxemburgo na próxima quarta-feira, incluam em sua agenda esta questão. A França reconheceu que dar o objetivo por certo não é o mais conveniente para a UE do ponto de vista estratégico.

Em dezembro do ano passado, a UE se comprometeu a reduzir até 2020 suas emissões de CO2 em 20% a respeito dos níveis de 1990 e elevar este objetivo a 30% se fosse fechado em Copenhague um acordo global suficientemente ambicioso para substituir o Protocolo de Kioto, que expira no final de 2012. Quanto aos objetivos a longo prazo, a UE tinha se limitado a indicar que, segundo os cientistas, os países desenvolvidos deveriam reduzir suas emissões em 2050 entre 80% e 95% (a respeito de 1990), para evitar que a mudança climática tenha consequências perigosas.

Os países da UE estudam agora se introduzem ou não um compromisso concreto comunitário neste sentido, algo que poderiam ser definido pela primeira vez pelos ministros do Meio Ambiente na próxima semana. No entanto, estão divididos a este respeito, já que nem todos apoiam seguir as indicações dos especialistas e alguns, como Itália, Alemanha, Romênia e Eslováquia, propõem uma redução de não mais de 80%.

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