COM A PALAVRA, OS AMBIENTALISTAS...


Tendo em vista a situação preocupante e emergencial em relação às obras paralisadas da Central de Tratamento de Resíduos, o que pode ocasiar a suspensão do serviço de coleta de lixo em Ponta Grossa, reproduzimos o editorial da edição de hoje do Jornal da Manhã: 

Ponta Grossa está à beira de um caos anunciado na questão do lixo. O anúncio feito pela Ponta Grossa Ambiental, de que a cidade ficará sem a coleta de lixo a partir do dia 18 de dezembro, surge como um lamentável desfecho de uma novela marcada por discussões muito mais apaixonadas e ideológicas, do que técnicas e racionais. Ao longo dos últimos meses, diversas entidades ambientalistas, movimentos sociais e lideranças políticas travaram uma verdadeira cruzada contra a implantação do CTR Furnas (Central de Tratamento de Resíduos), proposta pela PGA como alternativa para a cidade depositar e reciclar o lixo. A CTR seria instalada às margens do Rio Verde, entre a Fazenda Escola da UEPG e o Parque Nacional dos Campos Gerais.

Muito se debateu sobre o assunto. Os contrários à proposta fizeram de tudo para boicotá-la. E, em certa medida, têm obtido êxito, uma vez que as obras estão paradas, em virtude de embargos. O principal argumento contra o novo aterro é o de que ele não atende aos padrões ambientais, porque estaria muito próximo do Parque Nacional. Além disso, os ambientalistas implicam com a idéia de o novo aterro receber lixo de outras cidades. O IAP (Instituto Ambiental do Paraná) e alguns dos especialistas mais respeitados do País, entretanto, aprovam o projeto da PGA.

Em meio a esse imbróglio, surge agora, outro problema, certamente mais emergencial: dentro de poucos dias Ponta Grossa ficará sem coleta de lixo porque o aterro controlado do Botuquara não tem mais espaço. A ampliação do aterro, com a implantação de uma terceira célula, não ocorreu.
Fica então, um desafio aos 'experts' na questão do lixo: indicar a solução para que a cidade não fique sem coleta. Qual seria a alternativa? Implantar a terceira célula em caráter emergencial, sem os pareceres prévios do IAP, do Ibama, do Condema (Conselho Municipal de Meio Ambiente), ICMBio e do Ministério Público? Mas o aterro do Botuquara fica mais próximo do Parque Nacional do que a CTR, e como fica a preocupação com o meio ambiente? Poderia então a Prefeitura indicar outro espaço para depositar o lixo da cidade? E a necessidade de reaproveitamento dos resíduos sólidos?

Ao que parece, alguns grupos preocuparam-se tanto em prejudicar os negócios da PGA, muito mais a partir de posicionamentos ideológicos do que técnicos, que se esqueceram do interesse coletivo. Daqui a pouco a cidade vai ficar sem coleta de lixo. O que vamos fazer com o lixo de nossas casas e empresas? A cidade está perto de virar um caos. Será que a discussão sobre o lixo em Ponta Grossa tem sido séria? Porque os envolvidos no debate não se preocuparam com o esgotamento do aterro do Botuquara?

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