PONTO DE VISTA I

Mainardes está muito preocupado com as contas de Péricles

Publicado quarta-feira, 31 de março de 2010 - Gonçalves de Castro

Faz, pelo menos cinco meses, que o vereador Sebastião Mainardes Júnior está com as contas rejeitadas do ex-prefeito Péricles de Holleben Mello engavetadas, retardando, ao máximo, o cumprimento do dever em colocá-las para apreciação do Plenário do Legislativo.

Essas contas foram rejeitadas pelo Tribunal de Contas, que as remeteu para a Câmara Municipal, com a recomendação para que as rejeite, também. Cumprindo norma protocolar e legal, essas contas foram remetidas para a Comissão de Orçamento, Finanças e Fiscalização para uma análise da situação. Presidente e relator, o vereador Edilson Fogaça de Almeida, que, na vida profissional é contabilista, auditor fiscal e professor universitário, fez a análise devida e concluiu por reforçar a recomendação do Tribunal de Contas, pela rejeição das contas dos dois anos citados.

Dado e assinado o parecer, o processo é remetido para o presidente da Câmara Municipal que tem o arbítrio de decidir pela data em levar o assunto à votação dos membros da Casa.

Impressiona o fato de o vereador Sebastião Mainardes Júnior, cinco meses depois, enviar agora um pedido de informação ao Tribunal de Contas para saber se existe algum atenuante, em relação às decisões tomadas em cima dessas contas, demonstrando impressionante cuidado com o futuro político do ex-prefeito e deputado Péricles de Holleben Mello, que nem é de seu partido.

Ora, se o processo fosse inverso, até que faria algum sentido, ou seja, o Tribunal de Contas enviar um ofício à Câmara Municipal dizendo que a rejeição poderia ser objeto de melhor consideração. Mas, o presidente do Legislativo ir em busca de uma informação chega a gerar questionamento sobre o que pode estar movendo o presidente da Câmara para exagerar no cuidado da votação com malfeitorias havidas pelo ex-prefeito, como atestam os pareceres do Tribunal de Contas e da Comissão de Orçamento e Fiscalização.

Se as evidências não fossem significativas, seguramente, o Tribunal de Contas não teria rejeitado as contas, nem a Comissão de Orçamento e Fiscalização teria emitido parecer firme, pela rejeição. A partir daí, o presidente da Câmara Municipal só teria de cumprir o seu dever de colocar essas contas para votação do Plenário da Casa, por não ser obrigação sua sair, por aí, em busca de uma alternativa, capaz de operar algum milagre na reversão dos dois pareceres.

É lamentável que o vereador Sebastião Mainardes Júnior esteja se descuidando de sua própria biografia, nesse episódio.

Artigo disponível em www.adailingles.com.br 

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