Acusados podem ser condenados mesmo sem o corpo

O fato de o cadáver não aparecer - como poderá acontecer com o corpo de Eliza Samudio - não significa que um homicídio fique impune. Isso se aplica somente a casos excepcionais, quando há provas contundentes de que o assassinato realmente ocorreu e de seus autores.

O chefe do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa de Minas Gerais, delegado Edson Moreira, tem esperanças de encontrar o corpo de Eliza, mas garante ser possível indiciar uma pessoa por homicídio mesmo sem um corpo. Ele explicou que existe a materialidade direta, quando há um homicídio e tem o corpo.

O advogado Ércio Quaresma, que defende o goleiro Bruno e outros cinco suspeitos pelo desaparecimento de Eliza Samudio, disse nesta sexta-feira que iniciou uma investigação paralela sobre o caso. De acordo com ele, estão sendo contratados médicos legistas e peritos, que poderão emitir pareceres sobre laudos e outros documentos envolvidos no caso.

Quaresma disse que vai obter informações sobre os lugares onde foram realizadas buscas por Eliza e outros suspeitos através de material fotográfico, mapas e novas testemunhas. Segundo o advogado, essa nova investigação tem como objetivo provar a inocência dos seus clientes.

Quaresma orientou Bruno, seu amigo Macarrão e o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos a não coletarem material para a realização de exames de DNA. Por lei, eles não são obrigados a fazer o exame, pois não precisam produzir provas contra si mesmos.

Ainda por orientação da defesa, os três permaneceram calados durante entrevista espontânea na delegacia. Quaresma alega que Bruno não irá depor enquanto ele não tiver em mãos a cópia do depoimento do menor de 17 anos que confirmou o sequestro de Eliza Samudio.

O advogado também já afirmou que vai pedir a nulidade do depoimento do jovem. Segundo ele, o adolescente só poderia ter sido ouvido com o acompanhamento de um representante legal ou legalmente constituído.

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