Primeiro debate on-line promove confronto direto
Dilma e Serra abriram o debate com discordâncias sobre a forma de realização da reforma política. A petista defendeu uma assembleia constituinte exclusiva com a possibilidade da criação de leis específicas, como foi feito com a que determina o respeito à fidelidade partidária.
"Seria importante um processo democrático de discussão", disse a candidata petista.
Já seu principal adversário, José Serra, afirmou que uma constituinte exclusiva "acaba não levando a nada" e defendeu a adoção do voto distrital para cidades com pelo menos 200 mil habitantes.
Marina Silva, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que apoia Dilma, e seu antecessor Fernando Henrique Cardoso (PSDB) tentaram e não conseguiram fazer a reforma política.
Dilma disse ainda que o tucano fez uma avaliação equivocada da crise financeira internacional quando era governador de São Paulo. "Acho que você teve uma avaliação errada da crise e achou que seria mais profunda do que foi", afirmou Dilma, criticando a adoção do sistema de substituição tributária pelo governo paulista.
"Até seria (mais profunda), se usássemos os padrões vigentes no governo anterior", disse, acusando o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de "quebrar o País" durante sua gestão frente às crises internacionais. Dilma afirmou que o governo federal reduziu impostos durante a crise internacional para estimular o crescimento econômico e disse que a substituição tributária teve efeito contrário, uma vez que o sistema concentra e aumenta a arrecadação em um primeiro momento.
Serra acusou Dilma de se prender ao passado e disse que o governo federal elevou os impostos incidentes sobre os investimentos em saneamento básico e energia elétrica. "Você fica tão ligada para trás, seu espelho retrovisor é maior que o para-brisa." Dilma afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva investiu R$ 40 bilhões em saneamento, enquanto o governo FHC não ultrapassou os R$ 300 milhões. "Acho que discutir saneamento era algo que você não deveria tentar", ironizou.
O tucano acusou o PT de ser o partido do "quanto pior, melhor". Ao ser questionado pela petista sobre a tentativa do DEM - partido do vice de Serra, Indio da Costa (RJ) - de barrar o Programa Universidade para Todos (ProUni) - que concede bolsas de estudo para estudantes em instituições privadas de educação superior - no Supremo Tribunal Federal (STF), Serra acusou o PT de ter tentado barrar a Lei de Responsabilidade Fiscal e o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef). "Em matéria de quanto pior, melhor, o PT é imbatível", acusou o tucano.
Serra listou uma série de projetos que a bancada do PT votou contra no Congresso Nacional durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). "Você é muito ingrata com o Itamar (ex-presidente da República de 1992 a 1994, Itamar Franco) e o Fernando Henrique", disse Serra a Dilma. A candidata petista afirmou que a diferença de seu partido é que ele reconhece que votou errado no passado e disse que levou os projetos importantes adiante "de forma adequada".
"O PT, viu Marta (Suplicy, candidata petista ao Senado e ex-prefeita de São Paulo), o PT sindicalista quer fechar as parcerias com os hospitais. Agora esse negócio do DEM, parece até brincadeira. Você (Dilma) também nem está preocupada com isso", alfinetou Serra.
O candidato do PSDB também perguntou à presidenciável do PV, Marina Silva, sobre a importância do ensino técnico. "A educação é a prioridade das prioridades", disse a candidata, para em seguida criticar o modelo de educação implantada pelo PSDB em São Paulo, a qual chamou de "negligente". "Porque em 20 anos não temos aqui em São Paulo um exemplo a ser transferido em políticas públicas para o País", disse Marina ao comparar a situação do ensino de São Paulo e Rio de Janeiro com Estados mais pobres da federação.
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