Serra diz que PT loteou cargos federais; Dilma questiona educação em SP
Serra questionou a ex-ministra da Casa Civil sobre o "loteamento" nas agências reguladoras do governo federal (entrega de cargos a aliados políticos). "Só no governo da Dilma foram 21 mil [cargos de confissão], a maior parte voltada a partido, a companheiro", disse.
Em seguida, foi confrontado com uma crítica à quantidade de professores temporários no Estado de São Paulo, entre 2006 e o início deste ano. "Acho que você precisa checar melhor as informações quando falar de São Paulo", disse Serra.
A petista rebateu: "Eu reitero que todas essas informações são públicas. O maior Estado do país não foi capaz de formar professores em tempo para substituir o trabalho precário".
Em outro momento, a ex-ministra da Casa Civil acusou o rival de "esconder sistematicamente" o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de sua campanha.
"Considero muito estranho que o candidato José Serra utilize a imagem do presidente Lula à noite e de dia faça críticas ao governo", afirmou Dilma. "Vocês têm uma atitude de muita ingratidão com o governo do Fernando Henrique. Ele fez o Plano Real, e vocês, você, foi contra", respondeu o candidato do PSDB. 'Eu não fui patrocinado por ninguém. Essa coisa do Fernando Henrique está mal colocada", disse.
Já a presidenciável Marina Silva, do PV, mirou Serra na primeira parte do debate. Sua primeira pergunta, dirigida ao candidato tucano, criticou a posição do PSDB a respeito de políticas sociais. Ela afirmou que os tucanos sempre viram de forma negativa programas como o Bolsa Família.
Serra respondeu: “Vou fortalecer o Bolsa Família. Elevar o mínimo a R$ 600 e duplicar o reajuste dos aposentados”. Ao que Marina replicou: “As propostas não estão encontrando respaldo na realidade”.
Em outra ocasião, Marina criticou o governo FHC, lembrando que, ao assumir o Ministério do Meio Ambiente do governo Lula, encontrou um número excessivo de funcionários terceirizados. Além disso, a candidata verde criticou a atuação de Dilma à frente da Casa Civil.
"Num cargo de livre de provimento, uma pessoa que entrou com você, da sua confiança, tudo se repetiu novamente. Tráfico de influência, fisiologismo (...) É lamentável que isso tenha ocorrido bem próximo ao presidente da República", afirmou Marina, em referência aos escândalos envolvendo Erenice Guerra, que pediu demissão da pasta.
"No meu período na Casa Civil, não houve nenhum processo de corrupção que eu tenha conhecimento, que não tenha sido apurado", minimizou a candidata do PT.
Medo
No segundo bloco, uma jornalista citou o depoimento da atriz Regina Duarte em 2002, quando declarou voto em Serra e disse ter "medo" da eleição de Lula. Em seguida, perguntou ao tucano se não era "um erro repetir a mesma estratégia" com Dilma.
"Eu não estou alimentando medo contra ninguém. Não sei de onde a jornalista tirou essa ideia", afirmou Serra. "E não houve a justificativa para o medo porque o governo Lula mudou tudo aquilo que pregava nos anos anteriores", disse.
O ex-governador de São Paulo também foi questionado sobre a prisão de José Roberto Arruda (ex-DEM), ex-governador do Distrito Federal e que era cotado para ser vice na chapa do tucano até ser cassado por corrupção.
"Arruda foi pego em um esquema de corrupção e foi afastado com todos os outros integrantes, enquanto o pessoal do PT ficou lá, numa 'nice', numa boa", afirmou Serra. "Se vizinhança contamina, imagina a da Dilma", disse.
Fonte: UOL Eleições
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