Acuado por denúncias, Ducci rompe contrato dos radares
No domingo, o programa Fantástico da Rede Globo veiculou reportagem na qual o então diretor comercial da Consilux, Heterley Richter Júnior, confessava que a empresa oferecia propina de 5% para obter contratos com órgãos públicos para a operação de radares e outros equipamentos eletrônicos de fiscalização do trânsito. Nas mesmas gravações, ele confirmava ainda a possibilidade de anulação e sumiço de imagens de infrações envolvendo políticos e apadrinhados, afirmando inclusive que a Consilux já teria feito isso em Curitiba.
Ontem, durante sessão na Câmara programada para a apresentação do projeto do metrô, Ducci não pode fugir do assunto. Alegou que tinha ficado indignado com os fatos revelados pela reportagem do Fantástico. “Por isso, eu tomei a decisão de intervir no sistema de trânsito de Curitiba, rescindir o contrato e tornar a fiscalização 100% pública. Já determinei à Procuradoria do Município que adote as providências legais necessárias para o cumprimento dessa ordem”, disse.
Segundo o prefeito, a própria Urbs vai assumir a operação dos radares e lombadas eletrônicas. Ducci, porém, não soube dar detalhes sobre os desdobramentos da decisão. O líder da bancada de oposição, vereador Algaci Tulio (PMDB), questionou, por exemplo, como ficarão as multas aplicadas no período pela Consilux, que agora estão sob suspeita. “Ao suspender o contrato, a prefeitura está confirmando que haviam irregularidades. A Urbs está preparada para as ações judiciais que virão?”, perguntou o líder oposicionista.
O prefeito saiu pela tangente, alegando que os detalhes serão definidos a partir de agora pela Procuradoria do Município. Mas afirmou que o sistema eletrônico de fiscalização importante para a segurança no trânsito. “Em Curitiba, os radares têm contribuído para a redução de acidentes e de mortes no trânsito. Mas a reportagem do Fantástico faz com que a população deixe de acreditar no sistema de fiscalização. Precisamos fazer com que o sistema volte a ter credibilidade perante à população, pois é um sistema que ajuda a salvar vidas”, justificou.
Fonte: Jornal do Estado
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