Cadastro de crianças desaparecidas não é atualizado há dez anos

Uma ferramenta criada para dar agilidade às investigações sobre desaparecimentos é o retrato do descaso do Estado. O Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos, lançado pelo Ministério da Justiça na internet em 2002, jamais recebeu atualização. A listagem tem apenas 1.203 casos registrados desde que a contagem passou a ser feita, em 2000. Destes, 559 foram solucionados e 644 ainda estão em aberto. A estimativa da CPI é que 40% do total de desaparecidos por ano, ou seja, 80 mil são menores de idade, segundo o jornal Gazeta do Povo.
O Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas, que deveria reunir casos de indíviduos com mais de 18 anos – foi lançada no dia 26 de fevereiro de 2010, mas, quase dois anos depois, nem sequer entrou no ar. Isso em um país onde as estatísticas revelam que espantosos 20% dos desaparecidos jamais retornam para casa – vivos ou mortos –, para a angústia da família, que convive com uma dúvida eterna.