Como diminuir em 25% o preço da passagem sem romper o contrato que vai até 2020

O problema do auto custo da passagem de ônibus em Ponta Grossa e a falta de carros nos horários de picos, das 6:00 às 8:00 da manhã e das 18:00 às 20:00 deve-se a erros do contrato de concessão de transporte coletivo por parte da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa. 

Erros básicos de gestão de custos na formação da planilha de custos, que gera o cálculo para o valor da passagem e do cronograma de aquisições e reposições de veículos para linhas novas e para os horários de pico.

Vejamos os principais equívocos técnicos:

a) Para formação do custo atribui-se o valor do veículo ônibus como se fosse adquirido numa concessionária da cidade de Ponta Grossa e para aquisição de uma unidade somente.
No entanto, empresas como a que tem a concessão em Ponta Grossa, tem que repor dentro de um cronograma a frota e adquiri veículos em lotes. Nunca se compra somente um veículo. 
Além disso, estas empresas têm concessões de transporte coletivo em outras cidades do Brasil. Destarte, o lote adquirido é grande e adquiri diretamente da fábrica mediante compra direta. 
O percentual de diferença, por exemplo, na compra de um lote de 20 ônibus diretamente da fábrica para a compra de somente uma unidade na concessionária hoje seria de aproximadamente 20% do valor final entre ambas. Isto gera um custo adicional no item de reposição de frota (depreciação mais custo do capital próprio) de mais de 20% no preço final da passagem.

b) No custo de manutenção, principalmente pneus, é orçado o custo do pneu a R$1.500,00, como se a empresa fosse numa revenda de pneus em Ponta Grossa e comprasse somente uma unidade. Em entrevista a donos de transportadora da cidade eles afirmam que com uma frota de caminhões igual à frota da empresa de transporte coletivo de Ponta Grossa, comprando diretamente da fábrica e adquirindo lotes de 100 pneus, no mínimo, o mesmo pneu custaria R$ 850,00. Isto equivale a quase 25% de custo agregado à planilha de custo de forma equivocada.

c) Outro item crucial. O combustível, praticamente o custo orçado do litro de combustível por Km rodado equivale como se abastecesse num posto de combustível qualquer da cidade. Isto é equivocado. Com alta demanda de combustível ou empresa utiliza das TRR para comprar grandes quantidades e estocar em seu pátio em bombas de combustível próprio ou a mesma monta uma empresa coligada para fazer às vezes da TRR comprando diretamente da distribuidora grande quantidade de combustível. 

Para uma frota de caminhão igual à frota de ônibus da empresa concessionária do transporte coletivo de Ponta Grossa, a diminuição de custo entre abastecer em um posto qualquer e montar um sistema de compra direto da distribuidora equivale a 15% do custo total a menor por mês no consumo de combustível. Além do que alguém já viu um ônibus parar num posto para abastecer? Isto gera um custo equivocado de cerca de 15% a mais de combustível.

d) Outro item primordial é o tempo de reposição da frota, se aumentasse em mais um ano, teria-se uma redução efetiva de custo em mais de 15% no custo final de reposição da frota.
Portanto, são custos orçados equivocados que fazem a passagem ao usuário final ficar muito mais cara do que deveria. Óbvio que tudo isto se transforma, dentro de uma gestão de custo, em LUCRO MAIOR para a concessionário de transporte coletivo.

Agora, tem que ver se algum prefeito eleito terá peito de mudar estas regras de custo orçado para remontar a planilha de custo do transporte coletivo de Ponta Grossa, cobrando uma tarifa mais justa e barata para a população.