Lava Jato: PF intercepta conversa de Lula com executivo da Odebrecht
| Lula com Danilo Medina e Alexandrino Alencar (centro) |
A
Polícia Federal (PF) interceptou uma conversa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva com o ex-diretor da Odebrecht Alexandrino Alencar, poucos dias antes de o
executivo ser preso na Operação Lava Jato.
Em relatório final sobre a gravação, feita durante a Operação Erga Omnes, 14ª fase da Lava Jato, a PF informa que Lula falou por telefone no dia 15 de junho de 2015 com Alexandrino, parceiro do ex-presidente em viagens patrocinadas pela empreiteira. Quatro dias depois do telefonema, Alexandrino foi preso junto com o presidente da empresa, Marcelo Odebrecht.
Em relatório final sobre a gravação, feita durante a Operação Erga Omnes, 14ª fase da Lava Jato, a PF informa que Lula falou por telefone no dia 15 de junho de 2015 com Alexandrino, parceiro do ex-presidente em viagens patrocinadas pela empreiteira. Quatro dias depois do telefonema, Alexandrino foi preso junto com o presidente da empresa, Marcelo Odebrecht.
Segundo o relatório, Lula e Alexandrino estariam
preocupados com "assuntos do BNDES". A PF não grampeou Lula. Os
investigadores monitoravam os contatos do executivo, até então investigado na
Lava Jato, e por isso a conversa foi gravada.
De acordo com a Revista Veja, o documento é assinado pelo delegado federal Eduardo Mauat da Silva, que integra a força-tarefa da Lava Jato. LILS Palestras Eventos e Publicidade é uma das empresas de Lula cujos negócios aparecem nos autos da Operação Lava Jato.
O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) é alvo de uma CPI no Congresso, que investiga suspeitas de empréstimos
contrários ao interesse público feitos durante as gestões de Lula e da
presidente Dilma Rousseff, entre 2003 a 2015. Para o MPF, é preciso apurar se
Lula atuou para beneficiar a Odebrecht com a concessão de empréstimos pelo
BNDES.
Em nota divulgada nesta sexta-feira, o banco comentou a
divulgação do relatório da PF sobre a conversa de Lula e Alexandrino. O BNDES
afirma lamentar "tentativas, na imprensa e em redes sociais, de manipular
e distorcer informações buscando envolver" a instituição em "algo
supostamente nebuloso" a partir da divulgação do diálogo por telefone do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o executivo da
Odebrecht.