MP pede a rejeição das contas de 2014 por "pedaladas fiscais" no PR

O Ministério Público de Contas do Paraná (MPC) emitiu na última segunda-feira (19) parecer sobre as contas do Governador do Estado no exercício financeiro de 2014. De acordo com o órgão, o governo cometeu oito irregularidades, incluindo “pedaladas fiscais” para mascarar as metas e contribuir com gasto excessivo com pessoal. O artifício das “pedaladas” é o mesmo que levou o Tribunal de Contas da União (TCU) a rejeitar as contas do governo Dilma.

Os itens em que foram encontradas irregularidades estão relacionados à gestão orçamentária, patrimonial e financeira; à gestão patrimonial e previdenciária; o descumprimento para os limites constitucionais de gastos; às metas fiscais e gastos com pessoal.

A alteração na Previdência foi um dos principais itens que levaram servidores estaduais a entrarem em greve no início do ano e também é citado no documento. Para o MPC, o governo não considerou os pagamentos de aposentadorias a partir dos fundos Financeiro e Militar.

Na área da Saúde, segundo o MPC, o governo teria descumprido o mínimo legal exigido de gastos para a área entre 2011 e 2014. Os déficits acumulados chegariam a R$ 1,29 bilhão, sendo que apenas parte foi compensado em 2011. Na Ciência e Tecnologia, os gastos também não atingiriam a destinação de 2% da receita tributária, como determinado na Constituição Estadual.

A Copel também é citada no parecer. Para órgão, o governo criou empresas controladas pela companhia de energia sem sequer cadastro no Tribunal de Contas.

O documento pede também que o relator do processo no Tribunal de Contas do Paraná (TCE), conselheiro Durval Amaral, seja afastado por sua proximidade com o governador Beto Richa.