Estados tentam reduzir autonomia do Ministério Público de Contas

Ao menos quatro estados brasileiros lançaram ofensivas para tentar reduzir a autonomia do Ministério Público de Contas, órgão que atua junto aos Tribunais de Contas e é responsável por investigar irregularidades nos gastos dos governos. A iniciativa já avançou no Mato Grosso do Sul, no Paraná e em Santa Catarina.

A ofensiva é encarada como uma retaliação por causa da atuação independente do órgão. Foi o Ministério Público de Contas junto ao Tribunal de Contas da União, por exemplo, que descobriu as pedaladas fiscais que embasaram o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Nos estados, a atuação do MP de Contas também é relevante. 

No Mato Grosso do Sul, o órgão descobriu ilegalidades na gestão do ex-prefeito de Campo Grande Gilmar Olarte, afastado por corrupção, e problemas na licitação da coleta de lixo da cidade. Em contrapartida, na última semana, a Assembleia Legislativa do estado aprovou um projeto de emenda constitucional que reduziu o número de procuradores de sete para quatro.

No Paraná, os procuradores de contas pediram a reprovação das contas do governador Beto Richa (PSDB) devido a pedaladas fiscais similares às do PT. O projeto para a redução no número de procuradores no estado partiu do presidente do Tribunal de Contas, Ivan Lelis Bonilha, indicado ao cargo com apoio de Richa. Duas decisões liminares do Tribunal de Justiça do Paraná barraram temporariamente o andamento do projeto no estado. Informações do portal Veja.