Médicos não podem receitar "pílula anticâncer", define CRM
O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (CRM-SP)
pediu que médicos não receitem a fosfoetanolamina sintética, conhecida como
"pílula do câncer", aos pacientes. O pedido veio acompanhado de um
aviso sobre a possibilidade de cassação do registro profissional em caso de
prescrição da substância sem autorização de algum órgão competente.
O médico sofrerá o devido processo
legal, que vai desde uma advertência até uma cassação", disse Bráulio
Luna, presidente do CRM-SP em audiência pública realizada pela Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB) na quinta-feira.
Fosfoetanolamina sintética
A fosfoetanolamina é
produzida em um laboratório sem qualificação sanitária para a produção de
fármacos, no Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQSC) em São
Carlos, no interior do Estado. A "pílula anticâncer" não tem registro
na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nem o laboratório possui
autorização para trabalhar com síntese de medicamentos.
A única pessoa que fabrica a substância é um químico do
laboratório no IQSC, Salvador Claro Neto, um dos detentores da patente da
substância, junto ao professor aposentado Gilberto Chierice e outras quatro
pessoas. Por 20 anos, o grupo produziu e distribuiu as pílulas gratuitamente
para pacientes com diagnóstico de câncer, tendo como base estudos preliminares
em camundongos.
