Setor imobiliário teme esgotamento do FGTS após mudança de regra

A medida provisória que autoriza o uso de recursos no FGTS como garantia para empréstimos consignados (com desconto em folha) pode ajudar a suavizar a vida financeira de endividados, mas o setor imobiliário teme esgotamento do fundo já que sua principal finalidade é a habitação.

A expectativa do Ministério da Fazenda é que a iniciativa viabilize 17 bilhões de reais em créditos, embora até os favoráveis à decisão acreditem que somente cerca de 1 bilhão de reais desse montante vire de fato novas operações neste ano, em meio à fraca demanda por crédito.

Voltada para trabalhadores do setor privado, a MP 719 prevê que 10% do saldo dos recursos no FGTS ou até 100% do valor da multa rescisória por demissão sem justa causa sejam convertidos para crédito foi publicada na quarta-feira, mas ainda depende da definição das regras por parte do conselho curador do fundo (CCFGTS) que se reunirá nesta quinta-feira. Neste momento, os bancos estão avaliando a medida e devem enviar sugestões para a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) que, posteriormente, deve endereçar a demanda ao CCFGTS.