Reforma da Previdência só deve ir ao Congresso após setembro

Embora a equipe econômica sinalize que tem pressa em enviar a proposta de reforma da Previdência ao Congresso Nacional, deve-se esperar o afastamento definitivo de Dilma Rousseff, previsto para ocorrer entre agosto e setembro, para votar as novas regras do regime de aposentadoria. Até lá, o Planalto buscará construir consensos em torno das mudanças, mas sem entrar em atrito com os senadores, que darão o veredito final sobre o processo do impeachment.

O governo avalia que o próprio calendário empurrará a aprovação da reforma para o fim do segundo semestre. As Olimpíadas em agosto e as eleições municipais em outubro são fatos complicadores, pois os deputados não vão querer votar medidas impopulares nesse período.

A Casa Civil está aguardando as sugestões das centrais sindicais — que se reúnem em São Paulo na próxima segunda-feira — para fechar uma proposta conjunta. No dia 3 de junho, está agendada uma reunião entre os sindicatos e o governo para discutir os temas propostos pelas entidades, a viabilidade e o impacto das medidas nas contas da Previdência. Depois, num prazo de mais 30 dias, as autoridades responsáveis pelo assunto apresentarão ao presidente Temer o modelo de reforma, com regras de transição e projeções de médio e longo prazos.