MPF reforça pedido de condenação de Bumlai e outros réus da Lava Jato
O Ministério Público Federal (MPF) protocolou no sistema
eletrônico da Justiça Federal do Paraná na noite desta segunda-feira (18) uma
alegação em que reforça o pedido de condenação contra o pecuarista José Carlos
Bumlai, o tesoureiro do Partido dos Trabalhadores João Vaccari Neto e outros
oito réus em uma ação penal da Operação Lava Jato.
Eles respondem por crimes de lavagem de dinheiro, gestão
fraudulenta e corrupção ativa e passiva, e serão julgados pelo juiz Sérgio
Moro.
O processo é oriundo da 21ª fase da operação, batizada de
Passe Livre, em que Bumlai foi preso preventivamente acusado de envolvimento em
fraudes no contrato para a operação do navio-sonda Vitória 10.000. De acordo
com os investigadores, o pecuarista contraiu um empréstimo de R$ 12 milhões
junto ao banco Schahin, em 2004, e o beneficiário final do dinheiro seria o PT.
Em 2009 a dívida foi perdoada e a Engenharia Schahin foi beneficiada com um
contrato de 1 bilhão e 600 milhões de dólares com a Petrobras.
Nas alegações finais, o MPF pede que o pecuarista
pague mais de R$ 53,5 milhões, que corresponde ao valor atualizado pelos juros
da quitação do empréstimo oferecido como contrapartida pelo contrato de
operação do navio-sonda somado ao montante de propina oferecida ao ex-gerente da
estatal, Eduardo Musa.
No documento, os procuradores também reforçam o pedido de
condenação e o retorno de José Carlos Bumlai à prisão após o tratamento médico.
Para o MPF. o pecuarista representa “risco para o prosseguimento das
investigações que ainda não findaram” e que a prisão domiciliar é incabível
diante do “risco às investigações em trâmite que o envolvem”. O empresário está
em prisão domiciliar desde 21 de março para se tratar de um câncer na bexiga e
usa tornozeleira eletrônica.