JBS contrata advogados para se defender nos EUA
A J&F, controladora da JBS, contratou o escritório
Baker McKenzie para defender o grupo nos Estados Unidos. O Baker é o maior
escritório de advocacia do país. A JBS deve responder à lei local porque tem
empresas lá. É dona de 91 unidades em operação e cerca de 47% de seu
faturamento é gerado nos EUA.
A JBS está sujeita a lei anticorrupção local, a chamada
Foreign Corruptions Practices Act (FCPA, na sigla em inglês). A legislação é a
mais antiga do gênero e prevê penas severas para ilícitos cometidos em qualquer
lugar do mundo. “Se, no Brasil, a JBS fechou um acordo que mais parece um
prêmio, é certo que vai ter tratamento rigoroso nos EUA”, diz o advogado
criminalista Fernando Castelo Branco. Dependendo da extensão dos crimes, a lei
americana prevê afastamento da direção dos negócios, pagamento de multas
pesadas, que podem exigir venda de ativos, e até cadeia.
O Ministério Público Federal investiga quatro crimes com
base nas delações da JBS: corrupção passiva, lavagem de dinheiro, evasão de
divisas e lavagem de dinheiro. O próprio Joesley Batista afirmou ter disfarçado
propinas como doação eleitoral para milhares de políticos, incluindo para a
campanha de Dilma Rousseff. O ex-diretor de relações institucionais Ricardo
Saud, contou ter dissimulado o pagamento de 2,5 milhões de reais como propina
para o senador Aécio Neves via compra de publicidade em um jornal de Minas. Os
acusados negam.
