Bloco da XV emite nota e anuncia fim do evento

Os organizadores do Bloco da XV usaram as redes sociais para emitir um posicionamento sobre a edição 2018 do evento. Classificando a edição da festa realizada nesta terça-feira (13) como "tragédia", os organizadores lamentaram os fatos ocorridos durante o carnaval de rua e informaram que o evento não será mais realizado nos próximos anos. A extensa nota ressalta a presença de pessoas que "promoveram a violência gratuita", além de ataques e ofensas contra mulheres e gays.

Na nota, os organizados do evento ressaltaram a intenção de promover um carnaval no espaço público de Ponta Grossa. "Desde 2016, quando pensamos e viabilizamos a ideia do bloco, queríamos realmente ocupar o espaço público e fazer do carnaval de Ponta Grossa, principalmente do carnaval de rua, algo possível, animado e divertido, como deve ser. Algo que unisse os mais diversos públicos num ambiente de respeito e bom senso, para dizer o mínimo, como aconteceu nos anos de 2016 e 2017", informa a nota.

Violência, homofobia e vandalismo

O comunicado ainda lamenta os ataques e violências gratuitas registradas durante o evento. "Ontem vimos uma cultura de ódio em seus mais variados níveis: vimos mulheres sendo xingadas e atacadas, vimos homens sendo espancados gratuitamente por um “olhar torto”, um empurrão inevitável pela falta de espaço, pelo azar de estar passando ao lado de outros homens que parecem se deleitar com a simples possibilidade de ferir alguém, ou de poder fazer qualquer coisa, vimos conhecidos sendo agredidos em ataques visivelmente homofóbicos", diz o comunicado.

Na publicação feita no Facebook, os organizadores ressaltaram que sempre buscaram realizar um evento pacífico e democrático. "Sempre defendemos e enfatizamos, tanto na página do Bloco e do evento quanto nas declarações que fizemos à imprensa, que um bom carnaval é um carnaval sem discriminação, sem preconceito, sem racismo, sem machismo, e fizemos o máximo que conseguimos até onde pudemos", diz a nota.

(Fonte: a Rede. Imagens: a Rede/Marcio Ferreira/Reprodução).