Alunos e professores da UEPG e UTFPR criam SOS Pandemia
Neste momento de pandemia, equipamentos e suprimentos têm
sumido das prateleiras. O aplicativo SOS Pandemia, criado pela Universidade
Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e Universidade Tecnológica Federal do Paraná
(UTFPR), une quem deseja doar e entidades cadastradas que precisam de ajuda:
unidades de saúde do Brasil e projetos sociais.
O servidor oficial está hospedado na UEPG e o servidor de
desenvolvimento na UTFPR. Na página inicial, é possível consultar as demandas
que já foram listadas pelas instituições cadastradas. “Os recursos podem ser
rastreados, controlados e gerenciados em tempo real com informações de status e
uma integração de sistemas de almoxarifado, manutenção e compras.
Consequentemente, o controle de fluxo de equipamentos e componentes pode ser
melhor utilizado”, informa o próprio site.
O SOS Pandemia também expõe um dos serviços que podem ser
prestados para suprir a necessidade de respiradores artificiais durante esse
período. “Estima-se que existam cerca de 3,6 mil respiradores pulmonares no
Brasil que demandam por algum tipo de manutenção. Estes equipamentos são
essenciais no tratamento de doentes em estado grave da Covid-19, devido à
insuficiência respiratória”.
Segundo os desenvolvedores do projeto, profissionais
voluntários e capacitados das montadoras e Senai são capazes de realizar a
manutenção destes equipamentos. “Dessa forma, o SOS Pandemia pode auxiliar na
logística, indicando onde estão os equipamentos que precisam de reparos e
pontos de manutenção habilitados em diversas regiões do Brasil. A ferramenta
possibilita reduzir tempo de manutenção e disponibilidade operacional do
respirador a pacientes que demandam deste recurso de imediato”.
Segundo o professor da UEPG e integrante do projeto,
Hernani Batista da Cruz, a parceria surgiu com o edital da UTFPR que chamava
pesquisadores para apresentarem materiais, equipamentos ou sistemas que
pudessem auxiliar na prevenção e combate ao Coronavírus. “Eu sou professor
colaborador da UEPG, faço doutorado na UTFPR e contei com a ajuda de
professores e alunos das duas instituições. A equipe é composta pela professora
e coordenadora Sani Rutz, professor Max Mauro Dias Santos, os alunos Diego
Schlosser, Edson da Silva Júnior, João Castilho, além do proprietário da Web
Age Informática, Jeferson Almeida e do professor Ricardo Zanetti, coordenador
do curso de Medicina da UEPG”, conta.
O professor Zanetti conta que recebeu o convite para
participar do projeto pela professora de medicina da UEPG Sani Rutz. “Ela
conhece o Hernani e fez a ponte entre nós para o desenvolvimento da ideia. Nós
conversamos sobre os locais que precisavam de doações, quais eram as suas
principais necessidades e também sobre a outra ponta do projeto, as empresas.
Para resolver a equação, procuramos duas instituições complexas que podiam
apresentar demandas em setores distintos: o Hospital Universitário, que
prontamente se cadastrou na plataforma, assim como o Hospital Bom Jesus.
Queremos conectar unidades de saúde a empresas e fazer com que elas participem
ativamente do programa”.
Quando uma unidade de saúde faz o cadastro na plataforma,
precisa indicar o telefone ou o e-mail para contato. Ao acessar o site, os
internautas podem combinar diretamente com as instituições a doação dos
materiais solicitados ou a prestação de serviços. “Os professores da UEPG que
estão produzindo e distribuindo protetores faciais, por exemplo, podem
consultar a plataforma para verificar se há lugares que tenham uma demanda
maior por esses equipamentos. Outros projetos sociais que envolvam a produção
de álcool em gel, máscaras, etc., também podem participar dessa forma”, explica
Zanetti.
Texto: Vanessa
Hrenechen Foto: Luciane Navarro.