Perfil no Instagram auxilia mulheres vítimas de assédio
De acordo com o ‘Relógios da violência’, do Instituto
Maria da Penha, uma mulher é vítima de assédio no Brasil a cada 1,4 segundo.
Uma realidade de abusos e constrangimentos que em grande parte das vezes não
são denunciados por diferentes motivos como medo, vergonha, certeza de
impunidade e falta de informação. Sabendo disso e tentando ajudar, foi criada
há algumas semanas a página no Instagram ‘Explanando Assediadores PG’, um
espaço para que as mulheres conheçam seus direitos e saibam que não estão
sozinhas.
Foi após ver mulheres expondo seus agressores em redes
sociais, sem o devido cuidado ou aconselhamento jurídico, que uma
ponta-grossense se comoveu e decidiu fazer algo. “Pensei em criar a página e
imaginar uma forma que pudesse proteger a identidade delas e que elas pudessem
contar sua história sem precisar se expor”, explica a idealizadora que, por
questões de segurança, prefere não se identificar.
Em duas semanas de atividades os números chamam atenção:
a página já se aproxima de 3 mil seguidores – mulheres e comunidade LGBT – e
aproximadamente 400 relatos de assédio. As denúncias se multiplicam e uma vai
puxando a outra, repetindo agressores, ligando lugares e gerando coragem para
que mais mulheres não se calem:
A ‘Explanando Assediadores PG’ foi criada há duas semanas
e já recebeu aproximadamente 400 relatos de assédio em Ponta Grossa
Para a criadora da página, que sempre teve o desejo de
ajudar outras mulheres, a procura altíssima reflete o tamanho do problema.
“Chega a ser triste o tanto de vítimas, elas acabam tendo medo ou achando que
já passou muito tempo para denunciar e poupando os agressores. Precisamos
disso, precisamos de união, precisamos de segurança’, comenta.
Além de espaço para depoimentos, a página também faz
postagens instrutivas, discorrendo sobre os tipos de violência contra a mulher
previstos na legislação brasileira, com dicas de como se proteger no dia a dia,
e o mais importante, como denunciar.
O projeto também conta com profissionais de diferentes
áreas que prestam trabalham voluntário, auxiliando as vítimas de assédio. “Em
alguns casos é ofertado um acolhimento com uma psicóloga, advogadas em caso de
dúvidas e assistente social caso a mulher esteja vulnerável”, explica a
administradora.
Todas as informações divulgadas na página são feitas de
forma anônima, por isso os nomes foram omitidos nesta reportagem.
Publicado pelo portal aRede. Imagem: Reprodução.
Publicado pelo portal aRede. Imagem: Reprodução.
