Câmara tenta construir acordo para adiar eleições municipais
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tenta
construir um acordo para votar já na próxima semana a Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) que adia a data das eleições municipais deste ano para
novembro. Maia se reuniu com líderes partidários na manhã deste sábado na
residência oficial da Câmara. O acordo para adiar as eleições prevê a extensão
da recomposição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que acaba em
junho. A ideia é prorrogar a recomposição até o final do ano para que os
municípios não percam em arrecadação.
Nesta semana, o Senado aprovou a PEC que adia para 15 de
novembro o primeiro turno das eleições deste ano, mas a proposta travou na
Câmara porque partidos do centrão, como PP, PL, MDB e Republicanos, resistiram
à mudança do calendário. O Congresso aprecia a alteração nas datas do pleito
para evitar aglomerações durante as votações em meio à pandemia do novo
coronavírus, que atingiu mais de 1,2 milhões de infectados e ultrapassou 56 mil
mortes esta semana.
Na avaliação de deputados que participaram da reunião,
prefeitos são contra o adiamento das eleições porque a partir de julho, a
arrecadação dos municípios cai sem o repasse do FPM. Com a extensão da
recomposição do fundo, os prefeitos esperam conseguir fechar as contas da
prefeitura.
Líderes argumentam que a mudança nos repasses do FMP na
votação do adiamento das eleições não deve alterar a PEC das eleições já
aprovada pelo Senado. A previsão é votar uma emenda tratando do tema, avaliar
com o governo o envio de uma Medida Provisória ou até mesmo aprovar o Projeto
de Lei 1161/20, de autoria do líder do DEM na Câmara, Efrain Filho (PB), que
obriga o governo federal a garantir a estados e municípios repasses iguais ao
de 2019 do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e do Fundo de Participação
dos Municípios (FPM). Este projeto já foi aprovado pela Câmara e precisa ser
apreciado pelo Senado.
A Constituição determina que primeiro e segundo turno do
pleito ocorram, respectivamente, no primeiro e último domingo de outubro (dias
4 e 25). Após sugestão de adiamento feita pelo presidente do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, o Senado aprovou a PEC que prevê o
pleito em 15 e 29 de novembro. Também estendeu o período de campanha eleitoral
no rádio e na TV de 35 para 45 dias. Além disso, haveria a possibilidade de o
TSE remarcar a eleição de municípios com alto número de infectados de Covd-19.
Neste caso, o prazo limite para o pleito seria 27 de dezembro.
Publicado por Yahoo. Imagem: Reprodução.
Publicado por Yahoo. Imagem: Reprodução.