Coronel acusado de tortura teve morte brutal em PG
Na época do Caso Evandro, Neves era capitão da Polícia Militar. Ele chefiava o Grupo Águia e foi quem assinou o dossiê Operação Magia Negra, relatório no qual explicava como a operação se sucedeu. Policiais de Ponta Grossa participaram dessa operação. O oficial foi condenado, posteriormente aos fatos, a 18 anos de prisão por formação de quadrilha e tráfico de armas, mais a perda do cargo.
Por conta das irregularidades nas investigações, as famílias dos meninos Evandro Ramos Caetano e Leandro Bossi desaparecidos nos anos 90 na cidade de Guaratuba, no litoral do Paraná, irão receber um pedido formal de perdão pelos erros cometidos pelo Estado no passado. Pois os crimes cometidos contra as duas crianças nunca foram desvendados de forma cabal, irrefutável e definitiva.
Ocorre que na época dos fatos, sobe o comando de Copetti Neves, um grupo de legalidade questionável foi enviado a cidade pelo Estado e cometeu uma série de erros que geraram uma imensa sucessão de equívocos, contaminando toda a investigação.
Recentemente, uma série documental exibida pela Globo Play, apresentou provas de que este grupo liderado pelo oficial assassinado brutalmente em Ponta Grossa, torturou, dentro da mansão do ex-ditador paraguaio Alfredo Stroessner, os acusados para que confessassem o crime e ainda, em outro local, cometeu sevícias indescritíveis contra as mulheres que na época estavam sendo investigadas, forçando-as a assumir que teriam mandado matar o menino Evandro para praticar um ritual de magia negra.
Diante das novas revelações, a secretaria de Justiça do Paraná constituiu o Grupo de Trabalho “Caso Evandro - Apontamentos para o Futuro”, que propõe uma série de medidas práticas para prevenir tortura estatal, combater violência contra crianças e agir em casos de desaparecimento de pessoas.
Após assistir a série, ler o relatório, tomar conhecimento dos depoimentos espontâneos e ouvir os áudios da tortura, a Secretaria de Justiça, Família e Trabalho formou convicção de que os acusados foram vítimas de gravíssimas violências físicas e resolveu pedir perdão também a eles pelos crimes de tortura cometidos no passado pelo Estado.
Informações de Assessoria. Imagens: SESP.