Desaceleração na prévia da inflação pode estimular BC a iniciar corte da Selic
Após a divulgação do IPCA-15 de abril – que baixou para 0,57%, abaixo da expectativa de 0,6% — economistas acreditam que a desaceleração da inflação pode influenciar o Banco Central na decisão de baixar os juros nas próximas reuniões. O índice foi divulgado na manhã desta quarta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na opinião da economista-chefe do Inter, Rafaela Vitória, a variação menor que a esperada pode não ser suficiente para alterar a expectativa para o próximo Copom e a expectativa ainda é de manutenção dos atuais 13,75% ao ano. “No entanto, esperamos que no comunicado o BC já possa reconhecer o processo de queda da inflação recente, que reflete a política monetária mais restritiva, juntamente com outros sinais de desaquecimento da atividade e do crédito mais restrito.”
De acordo o relatório do banco Itaú Unibanco, a leitura do índice corrobora com o cenário de desinflação em curso, embora o núcleo do índice ainda esteja girando acima do compatível com o cumprimento da meta de inflação.
“Nas próximas leituras, embora com pressão em preços administrados, principalmente medicamentos e loteria, devemos seguir observando recuo da inflação acumulada em 12 meses para ao redor de 4,0%, influenciado pelo efeito base dos cortes de impostos no ano passado.”
Para Andrea Ângelo, estrategista de inflação da Warren Rena, a desaceleração na leitura mensal veio do efeito da dissipação da reoneração parcial dos impostos federais (PIS/COFINS e CIDE) sobre combustíveis e do ICMS na TUST/TUSD no cálculo de a energia elétrica, somados ajudaram em 0,19 ponto na margem.
“No mesmo sentido, itens de alimentação in natura e comunicação ajudaram na descompressão. Por outro lado, a pressão altista no mês veio de passagem aérea (11,96% ante -5,32%) e do reajuste de produtos farmacêuticos.”
Publicado por CNN Business. EBC.