Caixa trava financiamentos imobiliários antes mesmo das novas regras
Escassez de Recursos e Demanda Elevada: Um Cenário Preocupante
A crise tem como pano de fundo a escassez de recursos destinados ao crédito imobiliário e a alta demanda por financiamentos. A Caixa alega que a procura por crédito em 2024 superou as projeções, o que tem impactado a disponibilidade de recursos. No entanto, especialistas apontam que a gestão dos recursos e a política de crédito da instituição também contribuem para o problema.
Correspondentes bancários relatam que contratos assinados há mais de 50 dias aguardam liberação de recursos, o que tem gerado frustração e incerteza entre os compradores de imóveis. A demora na liberação dos recursos impacta diretamente o cronograma das construtoras, atrasa a entrega das chaves e causa prejuízos para os compradores, que muitas vezes precisam arcar com custos adicionais, como aluguel e mudanças.
Novas Regras: Mais Restrições ao Crédito Imobiliário
A
partir de 1º de novembro, entram em vigor novas regras para o
financiamento imobiliário da Caixa, que devem intensificar ainda mais a
crise. As mudanças incluem o aumento do percentual de entrada exigido e a
redução do valor máximo do imóvel que pode ser financiado.
Com as novas regras, o percentual de entrada mínimo para imóveis financiados pelo Sistema de Amortização Constante (SAC) passa de 20% para 30%. Já para quem optar pela Tabela Price, a entrada mínima sobe de 20% para 50%. Além disso, o valor máximo do imóvel que pode ser financiado será reduzido, variando de acordo com a região do país.
As novas regras visam reduzir o risco de inadimplência e garantir a sustentabilidade do crédito imobiliário, mas também devem dificultar o acesso à casa própria para uma parcela significativa da população. Com a exigência de uma entrada maior, muitos compradores ficarão impossibilitados de realizar o sonho da casa própria, especialmente em um cenário de juros altos e inflação persistente.
Publicado pelo Jornal Contábil.
