Como mudança no IOF mexe com ações do setor financeiro?
Analistas do Goldman Sachs afirmaram esperar efeitos secundários para as ações do setor financeiro sob cobertura do banco norte-americano após medidas anunciadas pelo governo na véspera que alteram a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre operações de crédito, câmbio e previdência no Brasil.
“A tributação dos clientes finais tende a restringir volumes e pode potencialmente impactar as receitas, mas os bancos podem potencialmente repassar o custo para seus clientes”, afirmaram Tito Labarta e equipe em relatório enviado a clientes nesta sexta-feira.
Eles destacaram que uma das mudanças mais relevantes para as companhias sob cobertura do Goldman Sachs é a introdução de um IOF de 5% sobre entradas superiores a R$ 50 mil por mês para planos de previdência Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), que pode impactar empresas que atendem pessoas físicas de alta renda.
De acordo com os analistas, os planos VGBL representam a maior parcela das reservas de planos de previdência privada no Brasil. A BB Seguridade (BBSE3), acrescentaram, é líder neste mercado com aproximadamente 30% de participação de mercado, seguida pelo Bradesco (BBDC4), com 21%.
“Embora não possamos avaliar o valor dos ingressos mensais que excedem o limite de R$ 50 mil por mês, observamos que os bancos que atendem clientes afluentes tendem a ter um saldo médio maior por participante”, afirmaram.
“Dito isso, acreditamos que a nova medida provavelmente representa um risco mais pronunciado para empresas com maior exposição ao negócio de previdência privada. Estimamos que o negócio de previdência privada representou aproximadamente 10% a 15% dos lucros da Caixa Seguridade (CXSE3) e da BB Seguridade em 2024 (excluindo corretagem), embora os ingressos relacionados a indivíduos de patrimônio líquido elevado afetados pela nova medida sejam difíceis de estimar.”
Créditos: InfoMoney. Imagem: Eduardo Moreira
