Mubarak renuncia no Egito após 30 anos no poder
Os crescentes protestos que derrubaram Mubarak deixaram mais de 300 mortos e 5.000 feridos. Ainda não havia detalhes sobre como ocorrerá a transferência. O país tem eleições presidenciais marcadas para setembro.
A notícia da renúncia, exigida pelos manifestantes, foi imediatamente celebrada com festa nas ruas do Cairo e das outras grandes cidades do Egito. Por volta das 18h locais (14h de Brasília), na lotada Praça Tahrir, que foi o centro nervoso dos protestos, manifestantes cantavam: ‘o povo derrubou o governo’.
Algumas pessoas desmaiaram de emoção. A chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, disse que respeitava a decisão de Mubarak e pediu diálogo para a formação de um governo de “base ampla” no país.
Mubarak havia partido pouco antes para o balneário de Sharm el Sheij, no Mar Vermelho, a 400 km do Cairo, informou Mohammed Abdellah, porta-voz de seu partido, o Nacional Democrático.
Mubarak, que tem uma residência no balneário, deixou a capital em meio a mais um dia de grandes protestos de rua pedindo sua saída imediata do governo. Na véspera, ele havia anunciado a transferência de seus poderes a Suleiman, mas reafirmou que ficaria no governo até as eleições marcadas para setembro. Isso não satisfez os oposicionistas.
Mais cedo nesta sexta-feira, o Exército havia soltado nota prometendo levantar o estado de emergência sob o qual o país vive desde 1981, “assim que as circunstâncias atuais terminarem”, em uma aparente demonstração de apoio à transição proposta por Mubarak.
Em Al Arish, no Sinai, confronto entre manifestantes e a polícia deixou um morto e 20 feridos.
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