Truculência no Senado: Sindicato pede providências sobre caso Requião

O Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal (DF) pediu providências ao Senado contra o ato do senador Roberto Requião (PMDB-PR) de arrancar o gravador das mãos do repórter da Rádio Bandeirantes porque não gostou da pergunta sobre a aposentadoria de R$ 24 mil que recebe como ex-governador.

O presidente do sindicato, Lincon Macário, protocolou uma representação na secretaria-geral da Casa, pedindo a adoção de medidas previstas no Regimento, pela quebra de decoro parlamentar. São elas: advertência ou censura, oral ou escrita, suspensão e perda do mandato.

Macário diz acreditar que a representação será encaminhada ao Conselho de Ética, apesar do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ter a prerrogativa de advertir ou censurar o parlamentar. O jornalista disse temer que a demora na adoção de medidas - já que o conselho de ética está desativado e só hoje é que serão oficializados seus novos integrantes - "esfrie" a repercussão do caso, mesmo ficando evidente o descaso total do parlamentar para com a liberdade de imprensa.

"Acreditamos que o senador ainda não se deu conta da dimensão de seu ato, é um péssimo exemplo que ele passa para a sociedade e para as milhares de pessoas que o têm como referência e que votaram nele", afirmou. Para Macário, a melhor solução seria um pedido de desculpas de Requião, não só ao jornalista, mas ao conjunto da categoria e ao conjunto da sociedade, "pois é a sociedade que vai estar prejudicada a partir do momento que as autoridades se acharem no direito de cassar os gravadores".

Ele lembra que qualquer pessoa tem o direito de permanecer calado. "Agora, depois de dar uma entrevista, arrancar o gravador de um jornalista é uma demonstração clara de censura que, esperamos, permaneça naquele período sombrio que esperávamos ter ultrapassado".

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