CORRUPÇÃO: Marin escrevia valor da propina em guardanapos de papel
O ex-presidente da CBF, José Maria Marin, detido na última quarta-feira depois de
ser indiciado por corrupção nos Estados Unidos, adotou uma metodologia
inusitada para solicitar as suas propinas que chegou a surpreender parceiros
comerciais, principalmente aqueles que não conheciam a CBF: para não deixar
qualquer rastro do valor que pediria a cada contrato, o dirigente escrevia o
quanto queria em sua conta privada sempre em guardanapos de papel.
A estratégia de Marin foi relatada ao Estadão por três
diferentes empresários que, desde 2012, foram obrigados a negociar contratos
comerciais com a CBF. Era de costume que os guardanapos viajavam de um lado a
outro das mesas de negociação, com os valores extraoficiais. Marco Polo del Nero também
estava em algumas dessas reuniões.
Investigações do FBI apontam para esquema de corrupção na Copa 2014
Segundo as investigações, em um dos guardanapos usados em uma reunião realizada na Europa, os interlocutores da CBF se surpreenderam quando o valor colocado superava R$ 1 milhão em contratos ligados à seleção brasileira.
Investigações do FBI apontam para esquema de corrupção na Copa 2014
Segundo as investigações, em um dos guardanapos usados em uma reunião realizada na Europa, os interlocutores da CBF se surpreenderam quando o valor colocado superava R$ 1 milhão em contratos ligados à seleção brasileira.
E-mails confidenciais obtidos pela reportagem revelam que
uma destas transações fora do País - e do controle do Fisco - envolveu uma
empresa do Grupo Figer no exterior. Atuando como intermediadores na assinatura
do que poderia ter sido um novo contrato com a CBF, os documentos mostram que a
família Figer ficaria com US$ 132 milhões por permitir mais de 100 jogos da
seleção entre 2012 e 2022, um valor superior ao que ficaria com a CBF. O acordo
não foi selado.