Redução da maioridade penal pode ser barrada no Senado
Depois da aprovação pela Câmara dos Deputados na última
semana, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171/93, que reduz a
maioridade penal de 18 para 16 anos, pode ser engavetada no Senado. Os senadores devem submeter o texto a dois turnos de
votação. Porém, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), já afirmou
ser contra a proposta. “Eu não sou a favor, mas não significa que a matéria não
vá tramitar no Senado Federal, que já votou a atualização do Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA) que eu acho que, do ponto de vista da sociedade,
é uma resposta mais consequente”, disse.
Renan se referia ao PLS 333/15, que altera o ECA,
aumentando o tempo de internação de jovens infratores que tenham cometido
crimes hediondos dos atuais três para até dez anos. Aprovada em julho pela
Casa, a matéria seguiu para análise da Câmara. O mesmo texto prevê uma
alteração no Código Penal para agravar a pena do adulto que praticar crimes
acompanhado de um menor de 18 anos ou que induzir o menor a praticá-lo. A pena
do maior será de dois a cinco anos, mas poderá dobrar para os casos de crimes
hediondos.
Outro ponto da proposta prevê que os adolescentes passem
por avaliação, a cada seis meses, feita pelo juiz responsável pelo caso. Assim,
o magistrado poderá analisar e optar por liberar antecipadamente, se for o
caso, o jovem da reclusão. Nos centros de internação, os jovens também terão
que estudar até concluir o ensino médio profissionalizante e não mais somente o
ensino fundamental, como é previsto no ECA hoje.
Já a PEC aprovada pelos deputados, prevê redução da
maioridade nos casos de crimes hediondos, como estupro e latrocínio, e também
para homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte. Os jovens de 16 e 17
anos deverão cumprir a pena em estabelecimento separado dos adolescentes que
cumprem medidas socioeducativas e dos maiores de 18 anos.