PM reprime ato de torcidas organizadas por democracia em SP


Integrantes de torcidas organizadas de times de São Paulo estavam realizando ato pró-democracia quando policiais militares iniciaram confronto contra os manifestantes na Av. Paulista, região central da capital, na tarde deste domingo (31).

Segundo Sheila de Carvalho, advogada que está acompanhando a manifestação, o ato iniciou pacífico. Ela explica que em dado momento, a PM realizou a escolta de uma manifestante identificado com Bolsonaro. Antes disso, duas mulheres bolsonaristas entraram em meio à multidão das torcidas organizadas e proferiram algumas palavras contra o ato. Integrantes das torcidas organizadas reagiram a estes gestos, e nesse momento, a polícia tomou a iniciativa de atirar bombas de efeito moral e gás lacrimogênio.

"Duas mulheres se infiltraram e provocaram o movimento das torcidas organizadas, a PM conseguiu retirá-las. Mas além disso, a polícia realizou a escola de uma manifestante pró-Bolsonaro, e foi ai que começaram os conflitos"

A partir desse gesto, iniciou repressão policial contra as torcidas organizadas que estavam munidas de pedaços de pau e pedras encontradas na rua. Foram aproximadamente 30 minutos de combate mais intenso. Houve uma dispersão do grupo pró-democracia, mas os manifestantes se mantiveram ocupando a rua e criaram uma barreira de proteção com objetivos encontrados na rua.

As manifestações pró-Bolsonaro e contra as medidas de isolamento social estavam ocupando a Avenida Paulista todo domingo semana após semana. A indignação com esses atos foi tamanha que palmeirenses, corintianos, são paulinos e santistas organizaram um ato unificado na tarde deste domingo (31) também na Avenida Paulista para impedir que a manifestação bolsonarista ocorresse.

Gritando "fora fascistas" e pedindo democracia, o ato coordenado pelas torcidas organizadas iniciou por volta das 13 horas, próximo ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). No mesmo horário, no Rio de Janeiro, flamenguistas realizavam uma manifestação pela mesma motivação em Copacabana.

No início da tarde, a segurança da PM era reforçada na Avenida Paulista.  De acordo com a SSP (Secretaria de de Segurança Pública), mais de 200 policiais militares estão na avenida e imediações. Até o momento três pessoas foram detidas.

Questionada pelo Brasil de Fato sobre o que levou a PM a atirar bombas contras os manifestantes, a Secretária respondeu que "durante os trabalhos, houve briga generalizada e a PM atuou para impedir o conflito entre os grupos antagonistas". A SSP informou que cinco pessoas foram detidas e não disse qual é a situação nem o nome das pessoas. Um homem, de 43 anos, foi agredido pelos investigados e socorrido à Santa Casa.

Publicado por Brasil De Fato. Imagem: Sheila de Oliveira.