Saúde alerta para riscos da infecção pelo coronavírus em fumantes
A Secretaria de Estado da Saúde alerta que os fumantes
apresentam maior risco de contrair infecção pelo novo coronavírus. O tabagismo
é fator que contribui para evolução de quadros mais graves e óbitos pela
doença. O alerta é reforçado na semana do Dia Mundial sem Tabaco, instituído
como 31 de maio.
A data foi criada há 33 anos pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) para intensificar as ações sobre doenças e mortes evitáveis
relacionadas ao tabagismo.
O tabagismo é reconhecido como uma doença crônica causada
pela dependência à nicotina, substância presente nos produtos à base de tabaco.
É importante fator de risco para o desenvolvimento de vários tipos de câncer,
acidentes vasculares cerebrais e ataques cardíacos. Também está associado a
outras doenças crônicas como tuberculose, infecções respiratórias, úlcera
gastrintestinal, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose e catarata.
NOTA ORIENTATIVA - Diante da pandemia da Covid-19, a
secretaria estadual da Saúde divulgou Nota Orientativa ressaltando os riscos do
tabagismo e do uso e compartilhamento do narguilé para a infecção pelo novo
coronavírus. A nota informa que “entre os pacientes chineses diagnosticados com
pneumonia associada ao coronavírus, as chances de progressão da doença foram 14
vezes maiores entre as pessoas com histórico de tabagismo”.
O Paraná foi o primeiro estado a inserir o tabagismo na
notificação de casos suspeitos de Covid-19 como condição de risco para as
complicações pela doença.
De acordo com o secretário Beto Preto, isso demonstra a
atenção da secretaria estadual com o tabagismo e que o momento é de
sensibilização junto à população sobre os malefícios do tabaco. “Quem fuma tem
mais chances de adoecer e ainda dissemina o tabagismo passivo, que é a
exposição à inalação da fumaça tóxica por pessoas próximas, além dos danos
provocados ao meio ambiente”, afirma.
Segundo a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da
Sesa, Maria Goretti David Lopes, fumar é um facilitador para o desenvolvimento
de quadros de doenças pulmonares, com redução da capacidade
cardiorrespiratória. “Além disso, é preciso salientar o fator de transmissão do
coronavírus como, por exemplo, ao compartilhar o fumo do narguilé, que
normalmente é uma ação feita em grupos e coloca os usuários em risco de
contaminação, inclusive por outras doenças infectocontagiosas como tuberculose
e hepatites virais.
Ela complementa que outros fatores também possibilitam a
contaminação, como o preparo manual do narguilé e a umidade da fumaça, que
promove a sobrevivência de micro-organismos. “Por isso o nosso alerta.
Estabelecimentos públicos, como cafés, bares, restaurantes e outros, sem
exceções, têm responsabilidade em coibir o uso do narguilé”, complementa.
EM NÚMEROS – O Instituto Nacional de Câncer (Inca)
informa que no Brasil estima-se que 438 pessoas morrem por dia em decorrência
do consumo do tabaco.
Estudo do Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para
Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizado em 2019 nas 26
capitais brasileiras e no Distrito Federal, com um universo de 52.443
entrevistas, apontou 9,8% de fumantes. O índice é 0,5% mais alto que o apurado
em 2018.
Em Curitiba, a mesma pesquisa entrevistou 2.058 pessoas –
12% dos homens e 11% das mulheres declararam-se fumantes. É a terceira capital
do País com a maior incidência de mulheres fumantes.
RECOMENDAÇÃO – Desde o início do período de pandemia, a
secretaria estadual da Saúde recomenda a suspensão das ações de tratamento para
novos grupos de cessação do tabagismo para evitar o encontro de pessoas e a
exposição do paciente nas unidades de saúde, uma vez que há grande
possibilidade desses ambientes receberem pessoas com quadros compatíveis com a
infecção pelo coronavírus.
A secretaria também publicou e atualizou Nota Orientativa
recomendando que as equipes do Programa de Cessação do Tabagismo priorizem os
atendimentos a distância, sempre com a premissa de garantir a segurança dos
profissionais e do público.
“Sugerimos que os profissionais que tratam tabagistas
também organizem os contatos de pacientes que estão aguardando, garantindo o
direito ao tratamento logo que for superado este período crítico da Covid-19”,
disse a coordenadora de Promoção da Saúde, Elaine Oliveira.
Segundo a coordenadora, a disponibilização dos
medicamentos para o tratamento da cessação do tabagismo deve ocorrer apenas
para as pessoas que estejam em tratamento por meio de abordagem
cognitivo-comportamental associada. “Para os pacientes que já estão em
tratamento e têm prescrição, os medicamentos estão sendo entregues pelas
secretarias municipais e as orientações terapêuticas podem ser feitas por
contato telefônico ou por meio de aplicativo”, informou.
No Paraná, 277 municípios oferecem o Programa de Cessação
do Tabagismo. No ano passado, 12.231 usuários foram atendidos pelo programa em
todo o Estado.
Informações de Assessoria. Imagem: Divulgação.